Pólo siderúrgico inaugura novo ciclo econômico em Corumbá

Os corumbaenses vivem a euforia da véspera de um evento que pode devolver à cidade o status de riqueza e poder que ostentava até meados do século XX.

Donos da terceira maior reserva de minério de ferro do mundo, o maciço de Urucum, uma montanha com 30 bilhões de toneladas de jaspilito e 890 milhões de toneladas de solo coluvionar, os cidadãos de Corumbá se preparam para receber gigantes da siderurgia que planejam investir mais de US$ 2 bilhões na exploração e transformação do minério, com destino à exportação.

Tanto investimento se justifica: o jaspilito possui teor médio de 54% de ferro, enquanto o solo coluvionar tem em sua composição 63% do metal. Mineral de excelente qualidade, garantem os técnicos do Grupo Inglês Rio Tinto, que divide com a Companhia Vale do Rio Doce os direitos de exploração do maciço. No resto do país as reservas são de 75% de minério fino e 25% granulado, enquanto em Corumbá dois terços do minério são de classificação granulada, o que torna sua redução muito mais viável economicamente.

Com a implantação do pólo minero-siderúrgico o minério será processado na própria região, agregando valor ao produto, que em seu estado bruto vale um décimo do ferro industrializado.

Pólo – A Rio Tinto e a MMX Minerações e Metálicos se articulam para implantar o pólo minero-siderúrgico de Corumbá. O projeto do grupo inglês está em fase de licenciamento e a previsão é que começa a ser executado em meados de 2007. A projeção de geração de riquezas na região, a partir do pólo, é algo extraordinário. Somente na fase de construção seriam US$ 166 milhões em salários. Na operação, outros US$ 53 milhões/ano. Em bens de serviços, US$ 330 milhões/ano; e em impostos, US$ 320 milhões/ano.

O aumento da produção de minério pela Rio Tinto vem se verificando desde o ano de 2000. Do total de 1 milhão de toneladas extraídas em Corumbá, 650 mil toneladas são exportadas para a Argentina e 250 mil para a Europa. No ano passado a Rio Tinto exportou para a Europa, através do transporte hidroviário, 1 milhão de toneladas. Com a implantação do pólo, a Rio Tinto poderá ter uma produção de R$ 15 milhões de toneladas por um período de 30 anos.

Empreendimento vai gerar mais de 3 mil empregos

Em todo o mundo, a Rio Tinto produz 121 milhões de toneladas de minério por ano, se constituindo na maior empresa multinacional do ramo. Conquistou um mercado de US$ 27 bilhões, dos quais US$ 120 milhões em Corumbá, onde já emprega 200 pessoas. Nos cinco continentes onde opera possui 36 mil funcionários.

Outros 566 empregos diretos e 2,6 mil indiretos serão gerados na fase de instalação da usina da MMX Mineração e Metálicos, que terá dois fornos com capacidade para produzir 375 mil toneladas/ano de ferro gusa. A siderúrgica será instalada em uma área de 60 hectares cedida à empresa pelo governo do Estado e que antes pertencia à Zona de Processamento de Exportação (ZPE), criada em 1993, no distrito de Maria Coelho (40 km do centro da cidade). Os investimentos chegam a US$ 75 milhões, ou R$ 161 milhões.

O foco da MMX é abastecer os mercados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, e exportar para o Mercosul. A expectativa é que, quando atingir sua plena capacidade, em 2008, o pólo minero-siderúrgico de Corumbá produza até 4,9 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Em agosto deste ano começa a construção da usina. O ferro-gusa será utilizado como matéria-prima para a produção de semi-acabados.

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