INAMAN age em prol do setor de manutenção industrial

INAMAN age em prol do setor de manutenção industrialJá há algum tempo, as empresas vêm percebendo a necessidade de investimentos maciços no setor de manutenção industrial como meio de elevar o nível da qualidade da manufatura, manter a disponibilidade e confiabilidade de equipamentos, sistemas e linhas de produção, assegurar a entrega de produtos e serviços em prazos determinados, bem como de tornar essas companhias importantes players, com modos de gestão mais competitivos em um mercado acirrado e em constantes evoluções. Além disso, a formação do profissional de manutenção é algo essencial dentro desse contexto e, nesse sentido, a INAMAN – Instituto Nacional de Manutenção – age em prol do setor de manutenção industrial e surgiu para atender as necessidades de um segmento em franca expansão, que carece de mão de obra qualificada, de frequentes treinamentos e pessoal com boa visão de gestão. Ou seja, necessita daqueles que colocam a “mão na massa”, nas que também sejam capazes de prover a empresa de bons e competentes planos estratégicos de manutenção.

Para explicar como nasceu o INAMAN e qual seu papel na área de manutenção industrial, o portal Manutenção & Suprimentos conversou com Armando Marsarioli, Diretor Geral da INAMAN.

M&S – Em primeiro lugar, em qual contexto surgiu a INAMAN?

Marsarioli – O INAMAN nasceu das necessidades detectadas como o resultado de um duradouro estudo, com base em pesquisas de entidades do ramo, entrevistas diretas com profissionais em atividade e eventos que reuniram especialistas de grande destaque e importância no setor, abrangendo a todos os segmentos, qual evidenciou a situação que vivemos no setor da Manutenção Industrial brasileira.

Segundo informações da ABRAMAN – Associação Brasileira da Manutenção, relatadas em seu Documento Nacional de 2009, o custo da manutenção girou em torno de 5% do faturamento bruto das empresas, qual relacionado com o PIB do mesmo ano, podemos dizer que tal valor esteve na casa dos R$ 120 bilhões.

Esse custo total está distribuído, de maneira geral, da seguinte forma nas empresas: 31% com pessoal próprio, 27% são serviços contratados, 33% materiais e insumos, restando 9% de outros tipos de gastos. Uma situação interessante alertada por estas cifras é que quase 60% do custo total da manutenção estão relacionados com pessoas, ou seja, profissionais que devem estar devidamente preparados para conseguir o máximo de produtividade com os recursos disponíveis para tal.

Outra informação interessante advinda dessa pesquisa faz referência sobre a idade média de 17 anos dos equipamentos e instalações. Um alerta significativo, levando em conta que temos que competir na arena global, oferecendo produtos fabricados com a qualidade adequada, preços competitivos e que respeitem os prazos de entrega prometidos à exigente comunidade internacional, dispondo de um parque de máquinas já considerado antigo e sem perspectivas de investimentos em médio prazo. Ou seja, temos que ser os melhores com o que temos disponível para produzir, evitar as paradas indesejadas dos equipamentos para não quebrarmos os prazos prometidos.

Isso é possível, desde que tenhamos um programa eficaz de formação contínua dos profissionais envolvidos com tais procedimentos. Porém, nossa realidade muito nos separa desse ideal. Segundo os dados da ABRAMAN, mais de 40% dos profissionais do setor não possuem qualquer tipo de qualificação. Além do que, a vivência nesse segmento me tem demonstrado que boa parte dos programas de formação que existem atualmente nos remete a um deficiente cenário, em que a boa retórica inebria a necessidade de resultados.

M&S – Na sua visão, a formação dos profissionais de manutenção que entram no mercado de trabalho a cada ano atende às expectativas de mercado?

Marsarioli – Infelizmente, a distância que atualmente existe entre as indústrias e as instituições de ensino impedem a reformulação para a adequada preparação dos profissionais. Todos estão perdendo com essa situação. Primeiro, as empresas que tem que investir vultosas quantias anualmente para adequarem o conhecimento e a competência de suas equipes de acordo com a realidade de suas situações e estratégias. Os profissionais perdem competitividade, pois a desatualização das informações impede o desenvolvimento de conhecimento e habilidades quais serão imprescindíveis para garantir a empregabilidade em médio prazo. As escolas perdem, cada vez mais, espaço no universo da formação, pois o diploma ou certificado, quais eram considerados como o selo de autenticidade do conhecimento, já não mais são vistos como garantia de resultados efetivos. Cada vez mais se substitui essa anterior exigência pelos “anos de experiência”.

M&S – As empresas estão abrindo mais espaço ao setor de manutenção, como algo que agrega valor e não apenas que serve como “quebra-galho”?

Marsarioli – O conceito de manutenção no Brasil vai evoluindo gradativamente. Uma evidência disso é a implantação, por algumas empresas, do Programa TPM, ou Manutenção Produtiva Total. Esse programa tem como objetivo aumentar consideravelmente a produtividade e, ao mesmo tempo, o moral dos Colaboradores e sua satisfação no trabalho, pois coloca ênfase na manutenção como parte vital dos negócios, porque é considerada como atividade com fins lucrativos. O tempo de parada para manutenção é agendado como parte da rotina de fabricação e, em alguns casos, como parte integrante do processo produtivo. O objetivo é baixar ao mínimo as manutenções de emergência e não planejadas.

O TPM tem como principais objetivos: evitar desperdícios, produzir mais sem reduzir a qualidade, reduzir custos, sustentabilidade e respeito ao meio ambiente, além de que, os produtos enviados aos clientes, sejam internos ou externos, não podem conter defeitos.

M&S – Em que sentido o INAMAN espera contribuir com a formação dos profissionais de manutenção, inclusive, auxiliando-os a conquistar uma colocação no mercado de trabalho?

Marsarioli – O INAMAN tem como objetivo principal a formação e atualização de profissionais da área da manutenção, com foco no desenvolvimento pessoal e aumento da competitividade profissional para o mercado nacional e internacional. A metodologia adotada obedece ao modelo de Gestão e Desenvolvimento Contínuo de Competências, com um programa de formação personalizado, elaborado de acordo com o nível de conhecimento pessoal e dos objetivos apontados em seu Plano de Desenvolvimento Profissional, qual é elaborado no início do programa e através de reuniões individuais com cada participante.

O programa foi desenvolvido com objetivos que visam à efetividade. Foi estruturado a partir de módulos teóricos que estão diretamente ligados a módulos práticos, o que garante, essencialmente, o desenvolvimento das competências e habilidades necessárias para que se cumpram as exigências de seu Plano de Desenvolvimento Profissional. Além dos Módulos Técnicos, estão previstos os Módulos Comportamentais que objetivam o desenvolvimento da compostura profissional, das atitudes, da ética, da etiqueta, da negociação e da liderança.

O Departamento de Cultura e Idiomas busca preparar a fluência no idioma e conhecimento da cultura do país qual o profissional definiu como meta em seu plano pessoal, além de que, a instituição conta com o Departamento de Alocação Profissional (DAP), cuja finalidade é rastrear as necessidades de profissionais de alto gabarito do setor da manutenção, por empresas do mercado nacional e internacional, conduzir os procedimentos e orientações desde a fase de recrutamento e seleção até a assinatura do contrato de trabalho, além de manter uma constante assessoria técnica e orientações comportamentais, visando o cumprimento dos objetivos ora formalizados no Plano de Desenvolvimento Profissional.

M&S – É certo que nascem, a cada, diversos cursos de especialização em Manutenção Industrial, em especial, alguns cursos de MBA, que priorizam uma formação voltada à gestão. Isso pode ser indício de que a manutenção está sendo mais valorizada no âmbito corporativo e que as empresas precisam investir em seus profissionais, da mesma forma que eles têm de se atualizar?

Marsarioli – Não há dúvida de que na produtividade de uma fábrica tem uma importante participação da Equipe de manutenção, e que as empresas competitivas investirão cada vez mais no desenvolvimento desses profissionais. A tecnologia atual nos permite prever, com precisão e semanas de antecedência, quando um equipamento sofrerá uma parada, ou qual programa de intervenção adotar para se elevar ao máximo a rentabilidade de certa linha de produção. Porém, essa tecnologia deve ser combinada com expertise e procedimentos adequados, que podem ser conseguidos através da melhor qualificação de nossos profissionais.

Uma das Leis da Competitividade é “Treinar Sempre”. É importante compreender que o desenvolvimento não cessa nunca. Se estagnarmos o desenvolvimento, não poderemos mais competir. O mesmo acontece com o aprendizado, da mesma forma que a evolução tecnológica não para, a capacitação profissional não tem fim.

Armando Marsarioli Filho
Diretor Geral da INAMAN – Instituto Nacional da Manutenção
Contatos:
armando.marsarioli@inaman.com.br
www.inaman.com.br

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