Novelis nasce no país com receita de US$ 620 milhões

Fabricante de autopeças com sede em Offenburg, na Alemanha, a Kratzer GmbH & Co KG vem registrando sensível economia de custos com usinagem. No ano passado foram 32.400 euros de economia. Esse processo teve início com a introdução da fresa F4033 na usinagem de carcaças de bombas automotivas. A ferramenta integra a linha Xtra.tec da Walter, que combina maior eficiência de corte com menor potência.

A F4033 supera o paradigma de que usinagem com alta eficiência exige altas forças de corte. Esse era o dilema de muitos processos de fabricação, tendo em vista que os requisitos de performance da máquina e segurança da fixação crescem proporcionalmente ao aumento do volume de cavaco removido.

A Kratzer, como inúmeras empresas desse segmento, buscava a solução ideal para a usinagem de componentes complexos como, por exemplo, as carcaças de bombas, cuja demanda atual é de dois milhões de peças por ano. Essas carcaças de bombas são fabricadas a partir de blocos de aço forjado de 40×80 mm e apresentam dificuldade de fixação. Os requisitos funcionais desses componentes são precisão de aperto e encaixe.

O perfil irregular e o formato relativamente plano desses componentes desfavoreciam a fixação quando da utilização de fresas convencionais. As carcaças eram freqüentemente empurradas para fora do sistema de fixação. Por esta razão, limitava-se a profundidade de corte em 1,0 mm. Cada operação de fresamento necessitava de dois passes de desbaste e um de acabamento.

A utilização da fresa de facear Xtra.tec F4033 possibilitou a redução do desbaste para um único passe. “Ajustada com pastilhas intercambiáveis de geometria mais positiva, a fresa F4033 apresenta ação de corte muito suave, proporcionando um processo de perfeita confiabilidade, até mesmo com profundidade de corte de 2,0 mm”, afirma o engenheiro Volker Ernst, especialista em ferramentas da Walter AG.

As pastilhas têm oito arestas de corte, enquanto fresas convencionais de facear apresentam quatro arestas por pastilha. Comparada com fresas convencionais, a taxa de avanço é multiplicada por três, mesmo quando se dobra a profundidade de corte. O volume total de cavaco removido (cm³/min) é 2,5 vezes maior. Daí a economia anual de 32.400 euros no processo de produção da KratzA Novelis Inc., a mais nova multinacional de produtos laminados de alumínio, que iniciou suas operações ontem em quatro continentes, projeta crescimento da demanda no mercado brasileiro de pelo menos 5% neste ano. Por conta disso, a empresa acredita que as exportações a partir do Brasil vão ficar no mesmo patamar do ano passado, em US$ 200 milhões. ‘Desde o segundo semestre o consumo interno acelerou’, afirma Antonio Tadeu Coelho Nardocci, presidente da Novelis América do Sul, baseada em São Paulo.

A nova companhia é resultado da cisão dos ativos de produtos laminados da canadense Alcan Inc., com exceção de material altamente sofisticado, como componentes para o setor aeroespacial. O que ficou com a Novelis somava, em 2003, vendas de US$ 6,2 bilhões, equivalente a cerca de 25% da receita global da Alcan, considerando a compra da francesa Pechiney.

Sem participação da Alcan no capital, a empresa nasce com ações negociadas nas bolsas de valores de Toronto e Nova York.

No mundo, a companhia atuará em quatro mercados – América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia – que reúnem 12 países. A Novelis começa a operar com quase 14 mil empregados, dos quais 2,1 mil no Brasil. A produção anual soma 2,47 milhões de toneladas.

A subsidiária brasileira da Novelis, que herdou cerca de 85% da receita da Alcan Brasil no ano passado, tem uma característica sui generis. É a única unidade que tem entre seus ativos produção de bauxita e alumina e duas fundições de alumínio primário e hidrelétricas. Nardocci explica que a produção do metal, em Ouro Preto (MG) e Aratu (BA), está integrada às duas unidades de laminação de chapas e folhas, em Santo André e Pindamonhangaba. ‘Não faria sentido desmembrar, pois 80% do metal supre as duas fábricas.’

As operações brasileiras têm previsão de movimentar este ano 305 mil toneladas de produtos, com receita de US$ 620 milhões. Desse valor, um terço será obtido com exportações, principalmente de chapas para fabricação de latas de cervejas e refrigerantes. ‘Temos vendido grande parte do produto para os Emirados, Arábia Saudita e Jordânia’, informa Nardocci. O volume neste ano deve ficar em torno de 75 mil a 80 mil toneladas.

Segundo Nardocci, citando dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), o mercado interno de produtos transformados tinha previsão de fechar 2004 com aumento de 10,7%. Em latas, segundo os fabricantes, a alta foi de 6% e a perspectiva para 2005 é de novo crescimento.

Com base nisso, a Novelis projeta aumento de vendas totais de 5% sobre as 290 mil toneladas do ano passado. ‘A melhoria da renda e o crescimento do PIB e das exportações do país incrementaram a demanda de alumínio nos setores automotivo, de bebidas e embalagens, informa o executivo.

‘Meu maior desafio à frente da Novelis Brasil será, fora do guarda-chuva da Alcan, criar uma identidade própria para a Novelis e manter a liderança de desenvolvimento e tecnologia no mercado de laminados’, diz Nardocci. Paulistano de 47 anos, ele é engenheiro metalúrgico, com pós-graduação em Administração e especializações na Kellog’s, em Chicago, EUA, e na Insead, França. Na Alcan, foi durante um ano e meio responsável pela área de laminados na Malásia e teve duas passagens de quatro meses na Inglaterra e no Japão.

Declarando-se sempre ‘otimista’, o executivo disse que outro desafio seu é dominar as operações ligadas à mineração de bauxita e produção de alumínio. ‘Durante 21 anos fui um homem do negócio de laminação.’

Ficaram também a seu cargo nove hidrelétricas próprias, que têm potência de 117 MW e respondem por 33% da energia consumida pelas unidades da companhia. Em estudo está também o projeto da usina de Candonga/Barra dos Coqueiros, no rio Claro, em Goiás, um projeto de US$ 120 milhões com potência de 155 MW. Se aprovado no ‘board’ da Novelis, vai garantir, a partir de 2008/2009, que a empresa gere 60% da energia consumida.

A nova empresa prevê investir neste ano US$ 26 milhões no Brasil em ampliação e modernização de linhas. O nome Novelis surgiu da fusão de três palavras: novidade, velocidade e precisão.er. Há ainda benefícios adicionais: as pastilhas para a ferramenta Xtra.tec possuem maior durabilidade que as convencionais.

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