
“Companhias chinesas apoiadas pelo governo levam muitas vantagens em cima das empresas do setor de petróleo e gás (CIOs) e também têm maior poder de barganha”, diz Gal Luft, editor executivo do Instituto de Análise de Segurança Global. “Não se pode esquecer que essas empresas são menos aversas a riscos, e por isso podem assumir projetos que as CIOs não querem”.
Peter Beutel, analista da Cameron Hanover, afirma que “a China tem o dinheiro e certamente é uma força crescente. O país pode oferecer ajuda política, tecnológica e até militar, o que nenhum dos grandes pode. Veja a Líbia, por exemplo. A China pode dar armas e proteção política para o novo governo, a França também, mas os grandes países não. Aí está a maior diferença”.
Além de dinheiro para investimentos em petróleo e gás nos países em desenvolvimento, a China pode, aos olhos dos especialistas, oferecer incentivos diferenciados. Os governos da China e do Iraque assinaram dois acordos de cooperação econômica e de treinamento em julho de 2011.
A nação chinesa está disposta a realizar investimentos significativos em infraestrutura - no caso do Iraque, a construção de dutos de petróleo. A empresa de petróleo Petrochina, por exemplo, está nos estágios iniciais de um estudo para construir dois dutos: uma para petróleo do Iraque para a China e outro de gás do Irã para a China.
“Por outro lado, empresas como a petrolífera americana Exxon precisam satisfazer os acionistas e não podem simplesmente investir recursos sem pensar nos retornos”, diz Allen Good, analista da Morningstar.
Outra vantagem das empresas chinesas é que elas – todas estatais – se unem para ganhar licitações. “Quando poucas companhias do mesmo setor concorrem juntas, isso dá a elas uma enorme vantagem. Não me surpreenderia em descobrir que os preços são coordenados entre elas”, diz Luft, do Instituto de Análise de Segurança Global.

A política fiscal do Iraque está entre as mais rígidas do mundo: o governo fica com 90% a 95% dos lucros. Nos maiores poços de petróleo, as empresas ganham US$ 1,50 a US$ 2,00 o barril e o resto fica para o governo iraquiano.
Além disso, a produção total de petróleo é conduzida para um duto federal e vendida por uma entidade que pertence ao governo iraquiano. Assim, é difícil dividir a produção entre os barris de petróleo que vão para a China e os que vão para o resto do mundo.
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