Norsk Hydro tem projeto de expansão em alumínio

A norueguesa Norsk Hydro, terceira maior produtora de alumínio do mundo depois de Alcoa e Alcan, que tem receita anual de US$ 25 bilhões e completa 100 anos este ano, tem planos para o Brasil. Harald Martinsen, presidente da Norsk Hydro Brasil disse ao Valor que a multinacional planeja instalar no país uma fábrica de laminados de alumínio, produto “sofisticado” que o país importa, além de ampliar a produção de perfis da controlada Acro, de 23 mil para 30 mil toneladas ao ano, por meio de uma aquisição.

Há planos também para a área de petróleo. A subsidiária brasileira criou uma diretoria de petróleo para “rastrear oportunidades de negócios de óleo e gás”, contou Martinsen. Ele explicou que o grupo tem tecnologias bem desenvolvidas no Mar do Norte para explorar petróleo em águas profundas e quer usá-las. “A Statoil, da Noruega, tem projetos com a Petrobras e nós estamos considerando uma entrada física no negócio com participação em exploração, mas antes de fazermos oferta na próxima licitação da ANP precisamos saber se há possibilidade de usarmos nossa tecnologia. Estamos conversando com empresas locais, inclusive com a Petrobras. Queremos usar nossa tecnologia em parceria com a Petrobras, inclusive a de extração de gás no fundo do mar.”

A Norsk Hydro desenvolve um projeto grande porte no Mar do Norte chamado “Ormen Lange”, nome de um barco viking, para exploração de projetos de gás. Só que o gás é extraído do fundo do mar. “Todas as unidades de produção estão no fundo do mar e não nas plataformas. Os investimentos são altos e isto pode mudar a probabilidade de alguns projetos. Acreditamos que a próxima rodada da ANP terá o gás como foco, o que é importante para o futuro do Brasil, pois há muito mais gás na costa brasileira do que se conhece agora. Não queremos fazer oferta na licitação como empresa independente, queremos ter sócios e para eles nossa tecnologia pode ser interessante”, destacou Martinsen.

O executivo relatou que a Norsk Hydro passou recentemente por uma reestruturação profunda e elegeu como seu principal negócio área de energia, incluindo alumínio e petróleo, enquanto sua área de fertilizantes foi isolada do grupo. “Criamos para esta atividade uma empresa independente com capital pulverizado em bolsa, chamada Yara”. A Hydro Fertilizantes foi vendida para a Yara. A controlada Adubos Trevo, no Brasil, passou a ser subordinada à Yara.

Na nova estratégia da centenária gigante escandinava, a prioridade é crescer cada vez mais na cadeia produtiva do alumínio, que responde por 60% de sua receita. A expansão no metal será menor na Europa, onde é a primeira no ranking do setor. As regiões eleitas para terem maiores investimentos da Norsk em alumínio são América Latina e Ásia. “Queremos crescer na cadeia produtiva como um todo, com uma operação bem integrada – bauxita, alumina, alumínio, extrusões e produtos finais. O alvo é ser uma empresa bem integrada.”

Daí, a prioridade em criar no Brasil uma fábrica de laminados de alumínio, um produto sofisticado usado em várias aplicações. O Brasil importa 80% desse produto e a Norsk fornece 20 a 25 mil toneladas ao ano para clientes nacionais. O grupo produz 1 milhão de toneladas de laminados de alumíno na Europa, dos quais 200 mil toneladas desse tipo especial. Neste plano global também está inserida a expansão da subsidiária Acro.

A Norsk Hydro é sócia da Companhia Vale do Rio Doce, com 5%, na Mineração Rio do Norte (MRN), produtora de bauxita, e detém 34% na Alunorte, produtora de alumina, empresa que a Vale controla com 57%. A Alunorte é considerada pelo Norsk Hydro como um “investimento excelente”, de onde retira 850 mil toneladas ao ano de alumina para suas fábricas de alumínio no exterior. Este volume vai saltar para 1,5 milhão de toneladas após a expansão número 2 da Alunorte, cuja produção, a partir de 2006, será de 4,3 milhões de toneladas, ante atuais 2,5 milhões de toneladas.

Até o final de 2005, será acertada a expansão número 3 da empresa, que vai elevar sua produção para 6 milhões de toneladas ao ano de alumina, ampliando a fatia da sócia norueguesa para 2 milhões de toneladas ao ano. O projeto vai custar US$ 600 milhões, dos quais a Norsk Hydro entrará com US$ 200 milhões.

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