A Alcan Brasil volta a produzir folhas extrafinas

A Alcan Brasil volta a produzir folhas extrafinasInvestimento de US$ 4 milhões em Santo André em novos produtos. A Alcan Brasil, subsidiária da canadense Alcan, vai voltar a produzir folhas de alumínio extrafina de cinco microns de espessura (o equivalente a 0,005 milímetros).As folhas foram produzidas pela mineradora enquanto o automóvel Fusca foi produzido pela Volkswagen. O produto era usado na fabricação do condensador (componente que fazia parte da geração de faísca na vela) instalado no veículo.

A folha fabricada agora será utilizada para a produção de capacitores, um dos componentes eletrônicos mais utilizados, por exemplo, em subestações elétricas. O alumínio tem a função de “armadura” e atende às necessidades de condutibilidade elétrica necessárias ao funcionamento dos capacitores. O lançamento do produto faz parte do investimento de US$ 4 milhões previsto para este ano na unidade de folhas metálicas de Utinga, em Santo André (SP), para o lançamento de produtos e melhoria dos processos da unidade.

Segundo o diretor de folhas da Alcan Brasil, Mauro Moreno, folhas com este diâmetro não são produzidas no Brasil, que importa o equivalente a US$ 3 milhões por ano do produto, principalmente do Japão e da Europa. As folhas, disse Moreno, estão em fase final de testes de qualificação em alguns clientes e estarão no mercado a partir do segundo semestre do ano. Segundo o executivo, já existem contatos comerciais com empresas do Brasil e Argentina.

A Alcan Brasil pretende vender o produto em toda a América Latina. Brasil e Argentina, os maiores mercados para o produto, consomem cerca de 300 toneladas por ano de folhas desse diâmetro. “Primeiro vamos atender à demanda do mercado brasileiro, mas em um segundo momento poderemos exportar para todos os continentes”, disse Moreno. A unidade terá uma capacidade de produção acima de 1 mil toneladas anuais de folhas extrafinas. “Estamos confiantes no potencial desse mercado em razão dos fortes investimentos no setor elétrico”, disse Moreno.

Para a produção dessas folhas, a mineradora investiu na aquisição de novos equipamentos e na melhoria dos processos industriais. Segundo o diretor de folhas da Alcan Brasil, a empresa alterou os seus processos de recozimento e controles de espessura, para atingir o diâmetro de 5 microns. Um fio de cabelo, por exemplo, possui cerca de 60 microns (0,06 milímetros). Nos capacitores, as folhas são intercaladas com filmes de polipropileno (resina termoplástica), que atuam como isolantes, conhecidos como dielétricos.

Para a fabricação das folhas, a Alcan utiliza uma liga de alumínio com 99,5% de pureza. O produto, disse Moreno, precisa ser laminado sem incrustação e com menor número de furos por metro quadrado, para a energia não se dissipar. A empresa também investiu em novas embalagens para acondicionar e proteger as bobinas de alumínio. A Alcan Brasil planeja a expansão da capacidade de produção da unidade de Santo André em cerca de 30%, a partir de 2005. Atualmente, a unidade possui uma capacidade para fabricar até 22 mil toneladas de alumínio por ano.

Os negócios da Alcan no Brasil incluem as empresas Alcan Composites (revestimentos compostos de alumínio), Alcan Packaging do Brasil (embalagens), Mineração Rio do Norte (mineração de bauxita), Alumar (alumina) e Petrocoque (coque calcinado). A subsidiária brasileira da mineradora canadense registrou um faturamento de R$ 1,84 bilhão no ano passado.

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