Air Liquide: Os desafios da expansão do segmento de corte e solda

Por José Antônio Cunha*

Apesar das excelentes perspectivas para os próximos anos, a indústria nacional mostra ainda um desempenho oscilante em alguns segmentos, quanto à sua retomada após a crise, principalmente naqueles com influência direta do câmbio em seus negócios. Mesmo assim, a demanda pelos processos de corte e solda se fixou em um patamar elevado e, diante da expectativa existente para a nossa economia nos próximos anos, a tendência é que a falta atual de mão de obra no mercado persista por mais algum tempo.

A necessidade das empresas por profissionais que executem os serviços de corte e solda ou especialistas de soldagem, tem se acentuado por conta da alta demanda do setor produtivo. Um bom exemplo é a indústria naval, que faz uso intensivo dos processos de corte e solda. Após uma paralisação quase total, o segmento vive um renascimento, em função principalmente das encomendas de navios e plataformas da Petrobras e da Transpetro. Os programas, que preveem a construção de vários navios petroleiros e plataformas com elevado índice de nacionalização, resultaram em novas unidades de produção, como os estaleiros Atlântico Sul (PE), Rio Grande (RS) e CRP (BA), além da retomada da indústria no Rio de Janeiro, com a geração de mais de 200 mil empregos. Com a intensificação da exploração das reservas do pré-sal, a tendência de aumento na atividade do segmento será dramática e vai reforçar ainda mais a indústria de offshore do País, outra grande demandadora dos processos de corte e solda.

O sucesso do etanol gerou também grandes investimentos em usinas e em todo o maquinário envolvido. Houve ainda um salto nos investimentos em ferrovias, tanto na ampliação da malha quanto na construção de vagões e locomotivas. A expansão do transporte por trilhos, inicialmente, foi puxada pelas commodities, mas seguiu pelo transporte de passageiros, com trens, metrôs, VLTs (veículos leves de transporte) que estão sendo licitados em várias capitais. Outro segmento que deve manter a demanda pelos processos de corte e solda com aquecimento superior ao da indústria em geral é o de energia, com vários projetos de novas hidroelétricas e parques eólicos. No caso da energia eólica, já foram outorgados vários parques e brevemente deverá ocorrer um novo leilão para outros projetos.

A demanda gerada por esses segmentos ampliou o horizonte das tecnologias de corte e solda. Houve o aumento do uso de metais mais nobres (em particular nas indústrias naval, offshore e automobilística) ou mais leves, como ocorreu com os segmentos ferroviário e de caminhões, que buscam maior capacidade de transporte de cargas. Outro fator foi a adequação de processos e procedimentos às normas de fabricação, cada vez mais exigentes e que garantem a padronização de processos e procedimentos e da qualidade.

Além da alta demanda e da modernização, que tende a se intensificar, outro grande desafio para o segmento de corte e solda será a formação de mão de obra. Várias empresas têm investido no treinamento interno de seus funcionários e realizado seminários e cursos sobre novas tecnologias para essas atividades. A Air Liquide, por exemplo, realizou, somente neste ano, mais de oito seminários pelo País para apresentar novas tecnologias usadas na aplicação de gases nesses processos e sistemas que garantem o aumento da confiabilidade e da economia. Outro curso que merece ser destacado é o de pós-graduação mantido pelo Senai, em São Paulo e no Rio de Janeiro, para especialização de engenheiros de solda.

Os processos de corte e solda são fundamentais para todos os segmentos da indústria e continuarão a demandar pessoal, investimentos e atualização tecnológica. Formar esse pessoal e garantir meios para a atualização nessas atividades é essencial para que a economia do País cumpra as expectativas para os próximos anos.

* José Antônio Cunha é gerente do segmento de Automotivo & Fabricação da Air Liquide Brasil. É engenheiro metalúrgico formado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e MSc (mestre em ciências) em metalurgia e materiais pela Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia) da UFRJ.

Sobre a Air Liquide

A Air Liquide é o líder mundial em gases para a indústria, saúde e meio ambiente, e está presente em mais de 75 países com 42.300 funcionários. Oxigênio, nitrogênio, hidrogênio e gases raros estão no centro das atividades da Air Liquide desde sua criação em 1902. Usando essas moléculas, a Air Liquide reinventa continuamente seus negócios, prevendo as necessidades dos mercados atuais e futuros. O Grupo inova para possibilitar o progresso, atingir um crescimento dinâmico e um desempenho consistente.

Tecnologias inovadoras que controlam emissões de poluentes, menor uso de energia pela indústria, recuperação e reutilização de recursos naturais ou desenvolvimento das energias do futuro, como hidrogênio, biocombustíveis ou energia fotovoltaica… Oxigênio para hospitais, homecare, combate a infecções hospitalares… A Air Liquide combina muitos produtos e tecnologias para desenvolver aplicações e serviços úteis não apenas para seus clientes, mas também para a sociedade.

Um parceiro para longo prazo, a Air Liquide conta com o comprometimento dos funcionários, a confiança dos clientes e o apoio dos acionistas para perseverar em sua visão de crescimento sustentável e competitivo. A diversidade das equipes da Air Liquide, negócios, mercados e presença geográfica proporcionam uma base sólida e sustentável para seu desenvolvimento e fortalece sua capacidade de ultrapassar seus próprios limites, conquistar novas regiões e estruturar seu futuro.

A Air Liquide explora o melhor que o ar pode oferecer para preservar a vida, permanecendo fiel à sua abordagem de desenvolvimento sustentável. Em 2009, as receitas do Grupo somaram 12 bilhões de euros, dos quais quase 80% foram ganhos fora da França. A Air Liquide está relacionada na bolsa de valores Euronext de Paris (seção A) e é membro dos índices CAC 40 e Dow Jones Euro Stoxx 50.

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