Algas como biocombustível

Algas como biocombustívelOs biocombustíveis se referem ao combustível produzido a partir de organismos vivos ou recentemente mortos, podendo estar na forma sólida, líquida ou gasosa. O biocombustível é usado para gerar energia, acionar motores de veículos, além disso, também fornece eletricidade para eletrodomésticos. Devido à presença de grande biomassa de algas em água doce e de fontes marinhas, extensivos estudos têm sido conduzidos com o uso de algas como uma fonte potencial de biocombustíveis. Para a produção de biocombustível, o cultivo em massa de algas ou algacultura é realizado em várias regiões do mundo. Os mais importantes combustíveis sintetizados a partir de algas são o óleo vegetal, o biogás, o biodiesel, o biometanol, o bioetanol, o combustível seco e o biobutanol (semelhante ao carvão). Muitos países têm implementado técnicas altamente sofisticadas para a melhoria do cultivo em massa de algas.

Características das algas

As algas são um grupo de plantas de ambiente aquático, com construção celular simples e unicelular. Mas alguns tipos de algas são eucariontes multicelulares. A classificação das algas é controversa, pois essas plantas aquáticas são classificadas em autotróficos, podendo sintetizar seu próprio alimento pela fotossíntese. Contudo, alguns estudos não consideram as algas como plantas, uma vez que elas apresentam ausência de certas estruturas complexas de plantas, tais como folhas verdadeiras, rizóides e raízes.

Cultura de algas para produção de biocombustívelAs algas desempenham um papel importante no funcionamento da cadeia do ecossistema. Elas servem de alimento para pequenos peixes e outros organismos aquáticos; são utilizadas como fonte de alimento para animais e seres humanos há milênios, como é o caso da cultura japonesa, que aproveita as algas para o preparo de comidas típicas. A espirulina, produzida pela alga, é um suplemento altamente protéico preparado a partir de algas. Este produto é empregado no tratamento de desnutrição entre as crianças. No cenário atual, a questão da crise do petróleo levou à descoberta do uso das algas para a produção de biocombustíveis.

Vantagens e desvantagens das algas como biocombustível

O rápido crescimento das algas é um fator que contribui para a cultura de massa, sem o gasto de recursos extra. Algumas espécies de algas podem dobrar de quantidade em apenas um dia. Em comparação aos tradicionais combustíveis fósseis e outras fontes de biocombustíveis, existem algumas vantagens de se usar algas, que são destacadas a seguir:

Um dos principais benefícios das algas como biocombustível é que muitas espécies de algas, especialmente as espécies de pequeno porte, podem ser utilizadas para extração de biocombustível.
O rendimento do óleo vegetal à base de algas é comparativamente muito maior (cerca de 30 vezes) do que outros tipos de óleo.
A água marinha, assim como a água residuária, pode ser utilizada para o cultivo em massa de algas.
Ao contrário dos combustíveis fósseis, os biocombustíveis produzidos com uso de algas são biodegradáveis, reduzindo assim as chances de poluição ambiental.
No caso de haver derrame de biocombustível de algas em mares e oceanos, não existem efeitos adversos significativos sobre o ecossistema.
O biocombustível de algas não afeta as fontes naturais de água doce.
De acordo com estudos realizados sobre as algas, observa-se que cerca de 60% de sua biomassa pode ser convertida em biocombustível. As espécies de microalgas são economicamente benéficas para a produção de biocombustíveis do que outras espécies maiores de algas. A quantidade de emissões de carbono após o uso de biocombustível de algas é menor do que os combustíveis fósseis.

Apesar dos muitos benefícios das algas como biocombustível, existem algumas desvantagens. O desempenho do biodiesel de algas é menor do que outras alternativas, como é o caso do biodiesel extraído das sementes de colza e de soja. A produção de biodiesel a partir das algas é uma tecnologia relativamente nova e mais pesquisas são necessárias na condução do desenvolvimento de protocolos padronizados para o cultivo e a produção dos biocombustíveis na geração de energia.