Asfalto ecológico nas estradas brasileiras

Asfalto ecológico nas estradas brasileirasHá alguns anos, algumas estradas do Estado de São Paulo, como a Rodovia dos Bandeirantes, vêm recebendo recapeamento com o chamado asfalto ecológico, ou asfalto-borracha, um material composto de 20% de pó de pneu usado. Este tipo de iniciativa já se estende em larga escala em mais algumas estradas por todo o Brasil. Em 2008, a concessionária Ecovias, por exemplo, fez uso do asfalto-borracha para recapear 146 dos 191 quilômetros do sistema Anchieta-Imigrantes, em São Paulo, e este ano, todo o sistema já se encontra pavimentado com o asfalto-borracha.

Mas esse privilégio não se restringe somente ao Estado de São Paulo. No mesmo ano, a capital do Paraná, Curitiba, foi a pioneira no emprego desse moderno e “ecologicamente correto” tipo de asfalto para construção de vias municipais, servindo de exemplo e incentivo para que a prefeitura da capital paulistana também elaborasse projetos com o objetivo de começar a pavimentar as ruas da cidade com o tipo de asfalto ecológico.

Embora o custo de produção do asfalto-borracha seja mais alto em comparação com os custos de fabricação de outros tipos de asfalto, há unanimidade em afirmar que a durabilidade do material compensa seu valor majorado. Pesquisas apontam que o revestimento feito com o elastômero tem a capacidade de até 5,5 vezes se comparado ao asfalto convencional. A técnica que aproveita a borracha velha na produção do asfalto foi criada, desenvolvida e patenteada nos Estados Unidos, contudo, na década de 1990, após o fim da patente, o método de misturar o pó de borracha aos demais componentes do asfalto foi disseminado para diversos países em todo o mundo.

Asfalto-borracha

É fato dizer que quem mais ganha com essa técnica é o meio ambiente, pois a borracha é, certamente, um dos resíduos sólidos responsáveis pela maior parte da poluição que afeta a biodiversidade. A estimativa é de que, para cada quilômetro de asfaltamento ou recapeamento com asfalto ecológico, sejam utilizados de 500 a 1.000 pneus; em razão disso, o emprego de pneus velhos na fabricação do asfalto ecológico pode ser uma das melhores alternativas para o descarte do produto.

A cidade do Rio de Janeiro é outro exemplo de como se pode utilizar a borracha de modo sustentável no asfaltamento de ruas e avenidas. Em 2007, algumas das principais ruas da Cidade Universitária da Ilha do Fundão passaram pelo processo de repavimentação, um trabalho elaborado pela Craft Engenharia, em que foi utilizado o com asfalto ecológico. O asfalto foi processado na própria usina da empresa, sob a supervisão técnica do Laboratório de Misturas Asfálticas do Programa de Engenharia Civil da COPPE.

Após testarem e analisarem cerca de vinte amostras, os pesquisadores da COPPE puderam selecionar as misturas mais adequadas ao resultado que se deseja alcançar. Essas misturas foram então processadas na usina asfáltica da Craft Engenharia, parceira da COPPE em muitos projetos de novos métodos de pavimentação.

O mais interessante é que esses projetos, que beneficiam boa parte da população, contam com o apoio de muitas fabricantes de pneus e empresas do ramo automobilístico, como a rede de lojas DPaschoal. A rede conta com a parceria de uma empresa credenciada, a Mazola, de Valinhos, interior de São Paulo, para recolher os pneus em desuso.

À Mazola, cabe recolher todos os resíduos sólidos da Dpaschoal, e, em contrapartida, ela ganha com a venda do material. Os pneus que já não servem mais para serem reutilizados Mazola acabam sendo transferidos para as empresas fabricantes de cimento ou para as que transformam os pneus pó de borracha.
Fonte: Revista Meio Ambiente

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