Belgo amplia produção em São Paulo

Belgo amplia produção em São PauloA Companhia Belgo Mineira, controlada pelo grupo europeu Arcelor, inaugurou a expansão da sua unidade industrial localizada em Piracicaba, (interior de SP). Destinada à produção de vergalhões para a construção civil, a fábrica recebeu investimento de US$ 100 milhões para aumentar sua capacidade instalada de 500 mil toneladas para 1,1 milhão de toneladas anuais. Esse montante integra investimento de US$ 4 bilhões previsto pelo grupo Arcelor no Brasil em um período de 2004 a 2009.

Segundo o presidente da Belgo Mineira, Carlo Panunzi, a escolha de Piracicaba para esta expansão deveu-se a três fatores. “É uma unidade especializada em vergalhões; está localizada onde temos disponível a nossa matéria-prima, a sucata e está perto do maior mercado consumidor”, disse Panunzi. Atualmente, a unidade opera com 85% da sua capacidade total, que deverá ser totalmente ocupada em 2005. Neste ano, disse Panunzi, a Belgo pretende fabricar cerca de 900 mil toneladas nessa unidade, contra as 570 mil toneladas de 2004. Em 2005 a expectativa é de produzir 1 milhão de toneladas.

Os investimentos foram feitos em um segundo laminador, um novo forno elétrico de 130 toneladas por corrida de aço, um novo forno panela e para a ampliação do lingotamento contínuo de quatro para seis veios. Os vergalhões produzidos em Piracicaba atendiam principalmente os mercados de São Paulo e da região sul do País. Com essa expansão, a usina passa também a vender para o Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Dessa usina, a empresa também exporta para a América do Sul e Central.

Em 2004 a unidade exportou o equivalente a US$ 65 milhões dos US$ 460 milhões exportados pela Belgo. Segunda maior fabricante de aços longos do País, a Belgo faturou R$ 6,7 bilhões no ano passado. “O ano de 2005 será melhor por diversas razões. Com esse investimento em Piracicaba, vamos aumentar nosso volume de vendas; os preços estão estáveis; e vamos pela primeira vez consolidar por todo um ano a atividade argentina”, disse Panunzi, para quem a receita da empresa neste ano “será expressivamente mais alta”.

Maior produtora de aços longos da Argentina, a Acindar foi consolidada pela Belgo em maio de 2004, quando a companhia adquiriu por US$ 14,5 milhões as ações ordinárias que o grupo argentino Acevedo detinha na Acindar. Panunzi disse que o próximo passo da unidade paulista será o investimento em outras linhas de produtos. “Queremos ser um produtor de longos completo, oferecendo todas as variedades: longos estruturais, para a indústria, fio-máquina, arames, entre outros”, disse Panunzi, que informou que a Belgo estuda ampliar em 60% a sua capacidade total de produção, das atuais 5 milhões de toneladas anuais de aços laminados para 8 milhões de toneladas até 2010.

Estão previstas expansões nas unidades localizadas de João Monlevade, em Minas Gerais (1 milhão de toneladas anuais), Juiz de Fora (1 milhão de toneladas por ano) e Vitória (200 mil de toneladas anuais), além de 500 mil toneladas adicionais na Acindar.

Altos custos de investimento

O presidente do grupo Arcelor, Guy Dollé, disse que não está otimista em relação a participação do grupo na Usina Siderúrgica do Maranhão, que poderá ser construída em São Luís. Para o executivo, o alto custo do projeto, US$ 2,5 bilhões, inviabiliza o negócio. “Os custos de investimento são muito altos no Brasil, semelhantes aos da União Européia e Japão”, disse Dollé, que ressaltou que esses custos são mais baratos na China, Índia e em países da antiga União Soviética, como Rússia e Ucrânia. A Arcelor, disse Dollé, estuda maneiras para baratear os custos desse projeto, que teria entre 4 bilhões e 5 bilhões anuais de toneladas de aço.

Dollé disse que até 2010 o grupo deverá construir uma fábrica de placas de aço. Segundo ele, três lugares competem para o projeto: Rússia ou Ucrânia, Índia e Brasil. “Depende do custo de investimento”, disse Dollé, que ressaltou que a Arcelor é a primeira empresa siderúrgica no País, com um volume de negócios de US$ 4,5 bilhões.

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