Biobras vai investir R$ 32 milhões em quatro fábricas

De olho na entrada do biodiesel no mercado brasileiro, a Biobras, produtora de derivados de óleos vegetais, deverá concluir neste ano a construção de quatro unidades para a produção do combustível. Juntamente com suas cinco fábricas já existentes, a empresa deverá alcançar a produção de 70 milhões de litros de biodiesel por ano, ou quase 10% da demanda total do país prevista para 2008, quando a mistura de 2% de biodisel no diesel convencional deverá se tornar obrigatória. Os investimentos nas quatro unidades é de cerca de R$ 32 milhões.

Um das unidades está começando a ser construída em Quissamã, na região Norte Fluminense, com investimentos de R$ 10 milhões e capacidade de produção prevista para 10 milhões de litros por ano. Duas outras ficarão em Minas Gerais, nos municípios de Barbacena e Uberaba, e a quarta em Catalão, em Goiás. A empresa já tem fábricas em Campinas (SP), Dom Aquino (MT) Cássia (MG), Guatamo (MG) e Rolândia (PR).

O presidente da empresa, José Luiz Cerboni de Toledo, explica que a unidade de Campinas, a maior delas com capacidade de produção de 36 milhões de litros por ano, já existia para a produção de outros derivados de óleo vegetais, como graxas e óleos sintéticos e passarão a produzir biodiesel também. Já as outras quatro unidades começaram a produzir biodiesel antes da regulamentação do combustível e começarão a comercializá-lo em caráter experimental como “ester etílico de óleo vegetal” para produtores rurais (que utilizavam o combustível nas máquinas agrícolas) e até para prefeituras que utilizavam o combustível em sua frota. O investimento total da empresa nas em todas as suas unidades de produção de biodiesel, que incluem tanto as novas quanto as antigas fábricas (sem contar a de Campinas), será de R$ 64 milhões, segundo Toledo. O custo de cada unidade varia de R$ 6 milhões a 10 milhões.

Toledo explica que as unidades da empresa produzem o biodiesel a partir da semente de girassol, nabo forrageiro e mamona. Segundo ele, o nabo forrageiro, que era plantado para recompor a terra no período da entressafra de outras culturas como a soja, é um dos insumos mais competitivos. O executivo diz que a intenção da empresa é comprar os grãos de pequenos produtores rurais nas regiões onde estão localizadas as plantas.

De acordo com Toledo, com a proposta de tributação do Governo sobre o combustível, de 34,3% de PIS/Cofins, o combustível deverá custar para a distribuidora cerca de R$ 2 por litro. Entretanto, o executivo lembra que o governo está desenvolvendo um mecanismo para reduzir o imposto proporcionalmente à utilização de matéria-prima comprada de pequenos agricultores. A idéia é desenvolver um “selo social” em que o produtor de biodiesel poderia obter se comprovasse o desenvolvimento social de uma região que seu negócio estivesse proporcionando. Com o “selo”, o Pis/Cofins poderia chegar até a alíquota zero.

Dessa forma o preço se tornaria competitivo com o diesel normal, que custa às distribuidoras de R$ 1,35 a R$ 1,40. Toledo acredita, no entanto, que haverá mercado para o biodiesel, mesmo a preços mais altos do que o do diesel convencional.

– As distribuidoras estão muito interessadas. Não fechamos contrato ainda com nenhuma, mas já estamos conversando com muitas. Daqui a três anos, a mistura será obrigatória e as distribuidoras vão querer se antecipar – afirmou.

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