Bosch investe R$ 25 milhões para nacionalizar freios ABS

A fabricante de autopeças Bosch vai investir R$ 25 milhões para nacionalizar sua linha de freios ABS – com sistema para evitar o travamento das rodas -, que hoje é importada dos Estados Unidos e da Europa. A partir de julho de 2007, a fábrica de freios da empresa em Campinas (SP) ficará responsável pela produção da parte mecânica do equipamento e pela sua montagem. Os componentes eletrônicos continuarão a ser importados da Alemanha, de acordo com o presidente da companhia para a América Latina, Edgar Silva Garbade. “A longo prazo todos os componentes poderão ser nacionalizados”, afirma.

O volume de produção será de 250 mil unidades por ano, um aumento de 25% em relação às atuais vendas da Bosch no Brasil, de acordo com o crescimento da demanda previsto pela empresa. Segundo Garbade, o sistema ABS está instalado em 12% dos veículos brasileiros e sua expectativa é que este índice chegue a 60% até 2014. A principal mudança será a instalação deste componente em série nas próprias montadoras e não como opcional, como ocorre atualmente. O executivo afirma que a instalação do ABS como opcional custa entre R$ 2 mil e R$ 3 mil para o consumidor.

O primeiro contrato envolvendo o ABS nacional deve ser fechado ainda este mês com a Volkswagen e já existem negociações avançadas com outras montadoras, como Toyota, General Motors e Renault. “Inicialmente o foco estará em veículos de alto padrão, mas a tendência é que seja adotado em carros menores, como na Europa e nos Estados Unidos, onde 100% da frota leva este tipo de freio”, afirma. Apesar do maior valor agregado, a expectativa é que o aumento de escala tornará o preço mais acessível, segundo ele. O freio ABS é fabricado em unidades da Bosch na Alemanha, França, Estados Unidos, Coréia do Sul, Austrália e Japão.

O investimento na fábrica de Campinas acontece em um bom momento para a empresa, pois compensará a queda de produção causada pela perda de dois importantes contratos para a Bosch no Brasil: a exportação de componentes para freios para os Estados Unidos e de motores de partida para o México. “Vamos manter o nível de empregos e não precisaremos fazer mudanças drásticas na fábrica”, diz o vice-presidente da unidade de sistemas de chassis, Giovanni Cannella. Cerca de 50 pessoas trabalharão na nova linha, e parte deste grupo será treinado na matriz da Bosch, na Alemanha.

Devido ao câmbio valorizado, a empresa não renovou estes contratos de exportação, que serão assumidos por fábricas da empresa nos Estados Unidos e no México. A perda destes acordos, em vigor há três anos, representará uma queda de R$ 200 milhões no faturamento da empresa, que foi de R$ 4 bilhões no ano passado. Para minimizar esta perda, a empresa está buscando reduzir os custos para poder competir nas exportações com o dólar a R$ 2,40, segundo Garbade.

Outro projeto da companhia é investir R$ 150 milhões na fábrica de Curitiba (PR) para concluir um projeto de exportação de injetores de combustível destinados aos Estados Unidos.

Para este ano, a expectativa é que o aumento das vendas de veículos no mercado interno compense a queda da exportação. A redução das vendas externas das montadoras, segundo ele, começarão a afetar os negócios da Bosch a partir do segundo semestre.

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