Chinesa JAC muda discurso e detalha plano de fábrica no Brasil

Mesmo com a manutenção de taxas maiores para importação de veículos de fora do Mercosul, a chinesa JAC Motors vai enviar nesta sexta-feira ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, em Brasília, o projeto para a construção de sua fábrica no Brasil. No final de setembro, o grupo SHC, do empresário Sergio Habib, que representa a marca, havia afirmado que a instalação da fábrica seria inviável com o aumento do IPI para os carros que são atualmente importados.

No entanto, de acordo com nota divulgada nesta sexta-feira, o grupo disse que as negociações com o governo da Bahia estão avançadas, e a planta deve ficar no Pólo de Camaçari. O investimento será de R$ 900 milhões, que virão do grupo SHC (80%) e da JAC Motors da China (20%). Segundo a empresa, a linha de montagem terá capacidade para produzir 100 mil unidades por ano e criará cerca de 3,5 mil novos empregos diretos.

A JAC afirma ainda que o projeto inclui um centro de desenvolvimento de novas tecnologias, centro de design, laboratórios de controle de emissão de poluentes, pista de testes e centro de capacitação profissional. A decisão de protocolar o projeto completo da fábrica surgiu após reunião Habib e o secretário-executivo adjunto do Ministério do Desenvolvimento, Ricardo Schaefer.

“O empresário Sergio Habib espera que, manifestando objetivamente a decisão da JAC Motors de construir uma fábrica no Brasil, o governo federal crie condições para promover alterações no decreto publicado recentemente”, afirma a nota divulgada pela JAC.

Em 16 de setembro, o governo federal aumentou o IPI de veículos importados em 30 pontos percentuais, exigindo das montadoras índice de nacionalização de 65% e o cumprimento de uma série de etapas produtivas no Brasil como contrapartida para evitarem a alta do tributo. Montadoras, como a chinesa Chery, conseguiram na Justiça liminares que suspendem a cobrança da alíquota maior do tributo por 90 dias.