Estoques da indústria brasileira voltam a crescer

A desaceleração da economia brasileira já começa a provocar estoques na indústrias devido a queda do consumo interno. A indústria de eletrodomésticos e automóveis começa a acumular estoques. Nas montadoras, o volume de carros nos pátios é o maior dos últimos anos e já supera até o de dezembro de 2008, o auge da crise. Em outros setores, no entanto, o que se vê é exatamente o oposto: em alguns casos existe escassez de produtos e de mão de obra.

Sondagem da FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostra que, em junho, pela primeira vez desde o início de 2009, as indústrias de veículos e de eletrodomésticos, setores que foram beneficiados pelo corte do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), voltaram a acumular estoques indesejáveis.

No mês passado, segundo a pesquisa, 4% das empresas de materiais de transporte estavam nessa condição e 2% das indústrias de linha branca. Essas e outras evidências deram respaldo para que o BC (Banco Central) reduzisse o ritmo de alta da taxa básica de juros, Selic, por considerar que a atividade econômica está em desaceleração.

Já na construção civil, por exemplo, a situação é inversa. Empresas importam cimento para atender ao ritmo acelerado das edificações. As companhias de transporte rodoviário, por sua vez, têm dificuldade de pôr toda frota para rodar por falta de pneus.

Também voltou a ter fila de espera para compra de caminhões zero quilômetro. Nos portos, o aumento das importações e o embarque maior de açúcar provoca congestionamento. O economista chefe da MB Associados, Sergio Vale, acredita que houve um “freio de acomodação na economia brasileira no segundo trimestre.”

Essa redução de ritmo aparece no IBC-Br (Índice de Atividade Econômica, calculado pelo Banco Central), que registrou estabilidade entre abril e maio. Na análise de Vale, essa acomodação da atividade era previsível por causa da retirada dos incentivos fiscais para compra de carros e eletrodomésticos, o menor número de dias trabalhados em junho em razão dos jogos da Copa do Mundo e o fato de o primeiro trimestre ter sido muito intenso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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