Fábricas da China enfrentam escassez devido ao terremoto no Japão

Fábricas da China enfrentam escassez devido ao terremoto no JapãoOs fabricantes de eletrônicos na China estão enfrentando uma severa escassez de componentes após os dois desastres naturais ocorridos no Japão há um mês, e que forçaram a interrupção da produção de diversas indústrias. Contudo, o pleno impacto não será sentido por semanas, dizem analistas.

O pleno impacto dos problemas de abastecimento de componentes eletrônicos deve começar a ser observado nas próximas semanas, já que os fabricantes de automóveis utilizam as peças eletrônicas em estoque, mas as linhas de montagem japonesas permanecem inativas ou operam bem abaixo da capacidade, dizem analistas.

“Como muitos fabricantes chineses começaram a planejar os níveis estoques de componentes, a perda de produção mais significativa deve começar a surgir dentro das próximas semanas”, disse o analista sênior Ren Xianfang, da IHS Global Insight.

Algumas empresas de eletrônicos têm relatado faltas de componentes devido aos desastres, e os preços dos chips de memória e semicondutores subiram acentuadamente no mês passado em detrimento da crise de abastecimento de peças do ponto de vista logístico.

Componentes eletrônicos A fabricante de computadores Dell anunciou na semana passada, que teve interrupções “relativamente pequenas” na cadeia de abastecimento, enquanto o fabricante chinês de equipamentos de telecomunicações ZTE explicou no mês passado que espera que os problemas de abastecimento durem somente mais 3 a 6 meses.

A gigante chinesa de fabricação de computadores Lenovo advertiu no mês passado que as entregas de seu recém-lançado computador portátil LePad poderiam ser restringidas após o terremoto do Japão e do tsunami, que acometeram a produção de chips de memória. A empresa de pesquisa iSuppli IHS destacou que a Apple também poderia enfrentar a escassez de componentes para o seu novo 2 IPAD. “O impacto é significativo, mas difícil de estimar”, disse Andy Xie, um economista independente de Xangai.

No entanto, a Honda, Toyota e a Nissan informaram que suas linhas de montagem na China estavam operando normalmente até agora. “Por enquanto não há nenhuma mudança na meta de produção total (anual)”, disse a Honda Motor, acrescentando: “No entanto, não se pode afastar a ideia que possamos fazer ajustes provisórios para a produção”.