Fiesp prevê queda de 4% em 2012 no nível de atividade industrial

Fiesp prevê queda de 4% em 2012 no nível de atividade industrialA atividade da indústria de transformação paulista deve encerrar 2012 negativa em 4%, apontou a Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) em sua última divulgação do Indicador de Nível de Atividade (INA) este ano. Mas as perspectivas para 2013 são mais otimistas, pondera o diretor do departamento de economia da entidade, Paulo Francini.

“Vemos estabelecido um sinal de melhora. Claramente o ano de 2013 será melhor que 2012, o qual se encerra com o desejo de esquecê-lo”, afirmou Francini, diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp.

A Federação projeta para 2013 uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% e um crescimento de 2,8% para a indústria de transformação.

No caso da recuperação da atividade industrial prevista para 2013, Francini avalia que “não é brilhante, mas de qualquer forma para quem está caindo, deixar de cair é sempre um consolo”.

O diretor do Depecon reafirmou que o conjunto de medidas adotadas pelo governo com relação a taxa básica de juros Selic, câmbio, spread bancário e incentivos fiscais para determinados setores produtivos deve impulsionar de formamais expressiva uma retomada da atividade no ano de 2013, já que os reflexos à tais ações levam tempo para serem sentidos.

“Sair de 12,5% para 7,25% na Selic, conviver com taxa real de juros de 2%, isso é extremamente significativo. Mas é como na arte da culinária, não adianta jogar tudo dentro da panela, precisa deixar aquilo ter um cozimento adequado e há um tempo de espera”, explica Francini. “Eu diria que vários ingredientes adequados foram jogados. Agora, vamos esperar um pouco.”

Ele ainda destacou efeitos que estão por vir a partir de 1º de janeiro, quando entra em vigor a aplicação de 4% das alíquotas interestaduais do ICMS nas operações com produtos importados, colocando fim à chamada guerra dos portos, e a continuidade da desoneração do INSS na folha de pagamento para dezenas de setores. “São dois motivos para promover alguma melhora no desempenho da indústria de transformação”.

Atividade em outubro

Em outubro, o indicador registrou alta de 0,6% na série com ajuste sazonal. Na leitura sem ajuste sazonal, o índice apresentou variação positiva de 5,2% na comparação entre outubro e setembro.

A variação do período de janeiro a outubro deste ano, no entanto, é negativa em 5% – a maior queda desde 2003, ano de início da pesquisa, com exceção de 2009, quando o indicador chegou a -10%.

Indústria paulista deve ter melhores resultados em 2013, projeta Fiesp

Indústria paulista deve ter melhores resultados em 2013, projeta Fiesp

No acumulado de 12 meses, o nível de atividade da indústria sem ajuste sazonal também apresenta queda, de 4,8%, ante o período imediatamente anterior. Os números foram divulgados ontem (29/11), pela Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) manteve-se praticamente estável em 81,1% em outubro, versus 81,4% em setembro deste ano, com ajuste. Na leitura sem ajuste sazonal, o componente também mostrou estabilidade, ficando em 82,9%, contra 82,3% em setembro.

Dos setores avaliados pela pesquisa em outubro, o segmento de Alimentos e Bebidas anotou queda 1,2% na leitura mensal considerando os efeitos sazonais, seguido pelo item de Produtos Têxteis, com baixa de 0,8%.

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Já o setor de Veículos Automotores registrou ganhos de 1,6% sobre setembro, em termos ajustados. Enquanto a atividade da indústria de Produtos Químicos, Petroquímicos e Farmacêuticos registrou alta de 0,5%, com ajuste, na comparação com setembro.

Expectativa

A percepção geral dos empresários com relação ao cenário da economia no mês de novembro, medida pelo Sensor Fiesp, ficou praticamente estável: 51,3 pontos, contra 50,6 pontos em outubro.

A sondagem com relação ao item Mercado apresentou uma piora de quatro pontos e chegou a 51,1 pontos, versus 55,5 pontos em outubro. O mesmo aconteceu com o indicador Vendas, que também desacelerou de 55,9 pontos no mês passado para atuais 51,5 pontos.

O indicador de Estoque passou para 46,7 pontos em novembro ante 44,7 pontos em outubro, enquanto o Emprego subiu para 48,5 no mês corrente, contra 46,2 pontos no mês anterior.

A percepção dos empresários quanto ao Investimento apresentou forte melhora, passando de 50,7 pontos em outubro para 58,5 pontos em novembro.