Gerdau e Usiminas seguem CSN e investem em jazidas próprias

A escalada do preço do minério de ferro no mercado mundial levou as siderúrgicas brasileiras a investirem em fontes próprias de matéria-prima. Além da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), proprietária da cobiçada mina de Casa de Pedra, a Usiminas e a Gerdau também anunciaram, nas últimas semanas, projetos para expandir sua produção de minério de ferro.

Após uma acirrada disputa com pesos-pesados da mineração mundial, como a australiana BHP, a Usiminas fechou a compra da mineradora J.Mendes, em Minas Gerais, por 925 milhões de dólares. Anunciado no início de fevereiro, o negócio garantirá 84% do ferro consumido pela Cosipa – controlada da Usiminas e instalada em Cubatão, no litoral paulista. A usina de Ipatinga, em Minas Gerais, não será abastecida pela J.Mendes por motivos de logística.

A Usiminas planeja investir 750 milhões de dólares, em duas etapas, para ampliar a capacidade das minas e gerar um excedente para a venda no mercado interno e para exportação. Até 2013, a capacidade da J.Mendes deve passar dos atuais 6 milhões de toneladas por ano para 13 milhões, com um investimento de 150 milhões de dólares. Na segunda etapa, uma nova planta deve ser construída, elevando a capacidade para 29 milhões de toneladas. Essa fase consumirá os demais 600 milhões de dólares do orçamento.

A J.Mendes possui quatro jazidas na região de Serra Azul, em Minas Gerais: Somisa, Globa/Camargos, J.Mendes e Pau de Vinho. As reservas totais podem alcançar 1,4 bilhão de toneladas – para comparação, a Casa de Pedra da CSN tem reservas comprovadas de 1,6 bilhão de toneladas. Segundo a Usiminas, o volume seria suficiente para atender a demanda por 25 anos.

Gerdau

Conhecida pelo uso intensivo de sucata como matéria-prima para seus fornos elétricos, a Gerdau também decidiu investir pesado no aumento da produção de minério de ferro. O objetivo é assegurar 80% da demanda de sua controlada Açominas, instalada em Ouro Branco (MG).

Para tanto, a Gerdau vai investir 120 milhões de dólares entre 2008 e 2010 para ampliar a produção de quatro jazidas que possui em Minas Gerais: Miguel Burnier, Várzea do Lopes, Gongo Soco e Dom Bosco.

Com reservas de 1,8 bilhão de toneladas, as minas deverão suprir 30% da demanda da Açominas neste ano. Hoje, a siderúrgica necessita de 9,4 milhões de toneladas anuais de ferro, incluindo as plantas de Divinópolis e Barão de Cocais. Em 2009, as minas da Gerdau deverão responder por 45% do consumo, saltando para 80% no ano seguinte.

No futuro, as minas também poderão abastecer as operações siderúrgicas da Gerdau no Peru (Siderperu), e na Índia (SJK Steel). A empresa descarta, porém, a busca de jazidas de minério de ferro em outros países. A intenção é manter a produção desse insumo no Brasil.

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