Gerdau planeja usina no leste europeu

Compra da Sidenor torna a empresa um das cinco maiores fabricantes de aços especiais do mundo. Maior fabricante de aços longos das Américas, o grupo Gerdau vai expandir seu projeto de internacionalização também para o Leste Europeu e Ásia. Segundo o presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, a aquisição da espanhola Sidenor, a primeira do grupo fora do continente americano, marca a nova estratégia da Gerdau de focar sua atuação em aços longos nas Américas e em aços especiais na Europa e Ásia.

Gerdau disse que o grupo estuda contar com fábricas de aços especiais no Leste Europeu e na Ásia. “A indústria de aços especiais européia tem caminhado para o Leste Europeu, poderemos acompanhar essa caminhada”, disse Gerdau, que ponderou que a instalação do grupo no Leste Europeu e Ásia não deverá ocorrer no curto prazo.

Com a compra da Sidenor, o grupo Gerdau torna-se um dos cinco maiores fabricantes de aços especiais do mundo, informou Gerdau. “A Sidenor possui 8% do mercado de aços especiais na União Européia e é o terceiro ou quarto maior fabricante da região”, disse. De alto valor agregado, os aços especiais são fornecidos sobretudo para a indústria de autopeças, e são usados na fabricação de suspensões, motores, transmissões, caminhões, ônibus e tratores.

Maior produtora de aços especiais, forjados e fundidos da Espanha, a Sidenor foi comprada por € 443,8 milhões. Segundo Gerdau, esse montante será quitado à vista na data de aprovação do negócio pelas autoridades européias, o que deverá acontecer entre duas e três semanas. A parte variável estimada em € 19,5 milhões será paga pela Gerdau em dois ou três anos.

O grupo Gerdau terá 40% de participação no capital social da Sidenor, o Santander outros 40% e o grupo de executivos da própria Sidenor 20%. Em 2004 a Sidenor teve uma receita líquida de € 1,1 bilhão e lucro líquido de € 74 milhões. Sua capacidade instalada é de 1,9 milhão de toneladas anuais. A parte da Gerdau corresponde a 616 mil toneladas, o que aumentará em 4% sua capacidade de produção, que hoje soma 16,4 milhões de toneladas por ano.

A Gerdau entrou no mercado de aços especiais em 1992, com a compra da Aços Finos Piratini, em Charqueadas (RS). Segundo Gerdau, com a expansão da Piratini para 500 mil toneladas, no início de 2006, somada aos 23% de participação que a empresa passará a deter na Aços Villares, controlada pela Sidenor, a Gerdau terá cerca de 50% do mercado nacional de aços especiais. A empresa compete nesse mercado com a austríaca Böhler Uddeholm (ex-Villares Metals) e a Belgo-Mineira,, da Arcelor.

A Sidenor tem 58,44% de participação na Aços Villares, com usinas em Mogi das Cruzes, Pindamonhangaba e Sorocaba (SP) e produção de 610 mil toneladas de aços longos especiais e 36 mil toneladas de cilindros em 2004. Com a transação, o Santander terá 23% da Aços Villares; 11% serão dos executivos da Sidenor e 28% do BNDES. Gerdau disse que entre 45 e 60 dias deverá acontecer uma oferta pública das ações da Aços Villares.

Gerdau sairá da presidência “A consolidação do mercado de aços especiais na Europa é um fenômeno que vem acontecendo e a Gerdau precisava participar desse processo”, disse Gerdau, referindo-se a aquisição da italiana Lucchini pela russa Severstahl, que estimulou a decisão sobre a compra da Sidenor. A Sidenor pretendia investir US$ 30 milhões em suas fábricas em 2006. “Vamos reavaliar esse investimento, que poderá ser mantido ou elevado”, disse Gerdau, que afirmou que deixará a presidência do grupo – cargo que ocupa desde 1983 – até o final de 2006. “Deverei permanecer no conselho de administração”, disse Gerdau, que representa a quarta geração da família gaúcha fundadora do grupo.

A Sidenor possui três usinas no norte da Espanha (Reinosa, Basauri e Vitoria) e duas unidades de forja para estampa em Madri e Elgeta. Em 2004, produziu 688 mil toneladas de aços longos especiais e 25 mil de forjados e fundidos no país. A empresa forneceu 93% de suas vendas ao mercado europeu em 2004. Segundo o executivo, não está previsto no contrato alguma modificação na participação acionária da Sidenor. “Mas como o Santander é uma instituição financeira poderá buscar uma liquidez quando essa operação estiver consolidada”, disse Gerdau, ressaltando que não estão previstas demissões nas unidades da Espanha. A Sidenor emprega 5,3 mil pessoas, sendo 2,3 mil na Espanha e 3 mil no Brasil.

Gerdau afirmou que o grupo continua estudando a construção de uma fábrica de aços especiais no Rio. A Gerdau tem 29 usinas e participações em outras seis.

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