IBS reduz expectativas para o setor

O faturamento só deve crescer por conta do aumento de preços ocorrido no início do ano. A estimativa de desaquecimento do consumo de aço no mercado interno forçou o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) a revisar para baixo as expectativas de vendas e produção do setor para este ano. Dos cinco itens avaliados entres os associados, quatro sofreram redução frente à previsão anterior do instituto. Apesar do cenário mais pessimista, os executivos acreditam que o faturamento (de R$ 51,5 bilhões em 2004) crescerá por conta do aumento de preços ocorrido no início do ano.

“As vendas internas só devem se recuperar a partir do terceiro trimestre”, previu o presidente do IBS, Luiz André Rico Vicente. Até lá, disse ele, estarão sendo consumidos os estoques, que estão bem acima da média tradicional.

Segundo o executivo, a queda de consumo no mercado interno está associada, no caso dos longos, à retração do setor de construção civil. Já no caso dos planos, Rico Vicente atribuiu o recuo à política restritiva de juros do governo. “Com juros mais altos, o consumidor compra menos eletrodomésticos, o que freia a venda dos aços planos”, completou.

Já as vendas ao exterior deverão apresentar um recuo mais brando, de 0,7%, com estimativa de venda de 11,9 milhões de toneladas. “A redução nas vendas internas será compensada parte pelo ajuste na produção e parte pelas exportações, em especial de planos”, disse o executivo.

Na avaliação do IBS, a produção de aço bruto este ano deve ficar em 31,4 milhões de toneladas, 4,4% abaixo dos 32,9 milhões de toneladas do ano passado. Em relação aos laminados, a expectativa é de recuo de 3,7%, com 222, 5 milhões de toneladas/ano.

O único item a não registrar queda na expectativa foi importação, que deve ter elevação de 9,3% de acréscimo, o equivalente a 600 mil toneladas. “Este aumento não preocupa, trata-se de um volume muito pequeno e de materiais muito específicos que não são fabricados aqui”, ressaltou Rico Vicente.

A revisão dos números foi reflexo dos indicadores apurados no primeiro semestre deste ano. No período, a redução das vendas internas foi de 2,4%, sendo 11,4% dos longos e 11,3% em semi-acabados. O destaque ficou com os planos, que tiveram expansão de 4% nas vendas.

“A elevação nas vendas internas de planos deve-se à indústria automobilística nacional, que tem registrado volumes cada vez maiores de fabricação para a exportação”, explicou o presidente do IBS.

A produção de aço bruto no primeiro semestre caiu 1,2%, para 15,9 milhão de toneladas. Este ano, junho foi o pior mês para a indústria siderúrgica brasileira, com queda de 13,1% nas vendas internas. De acordo com Rico Vicente, o plano de investimentos do setor para o período de 2005 a 2010 está mantido em US$ 12,6 bilhões.

Para o executivo, a crise política do governo não atrapalha o andamento de projetos que já estão aprovados, mas põe em xeque investimentos que poderiam estar sendo discutidos agora. “Problemas como este tiram a visão de futuro das empresas”, disse Rico Vicente.

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