Inovação fará diferença neste novo momento que o Brasil vive, diz Skaf

Paulo Skaf, presidente da Fiesp, sugeriu a elaboração de propostas para solucionar os principais problemas enfrentados pelos empresários

O presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), Paulo Skaf, reconheceu, no discurso de abertura da Convenção Ciesp 2010, que os investimentos brasileiros em inovação são “acanhados” quando comparados ao volume aplicado pelos principais competidores mundiais. O evento, realizado nesta sexta-feira (30) na sede das entidades, discutiu a inovação como fator de competitividade.

“Precisamos desobstruir as resistências e simplificar as coisas para haver mais estímulos à inovação e tecnologia”, declarou Skaf, que sugeriu a elaboração de propostas para solucionar os principais problemas enfrentados pelos empresários.

“Devemos sair daqui hoje com uma agenda de ações concretas, que o Ciesp pode encabeçar para acelerar os investimentos públicos e privados em pesquisa e desenvolvimento [P&D]”, acrescentou.

Mais de 700 empresários ligados ao Ciesp, de todas as regiões do estado, marcaram presença na 24ª Convenção Anual da entidade, para discutir os principais obstáculos à inovação. Os diretores-titulares das 43 diretorias participaram do evento com grupos de empresas de suas regiões.

Barreiras

O presidente da Fiesp/Ciesp voltou a criticar a política econômica do Banco Central, que, nesta semana, decidiu aumentar em 0,75 ponto percentual a taxa Selic, elevada para 9,5%.

“Começamos o ano com um horizonte positivo, em que se acena um crescimento de mais de 6% na economia brasileira e geração de dois milhões de empregos formais. Porém, essa elevação na taxa básica acarretou acréscimo de quase R$ 8 bilhões na dívida pública”, criticou.

Skaf disse que o Banco Central está habituado a tratar a economia com muita frieza, apenas sob o prisma do controle da inflação, e que a justificativa para aumentar os juros – de que a produção pode não ser capaz de atender ao superaquecimento da demanda – é infundada. “Em nossa visão, não há esta ameaça”, reiterou.

O dirigente empresarial lembrou que no ano passado a indústria ampliou em 10% sua capacidade produtiva e que neste ano vai aumentar 15%. “O que puxa tudo é a demanda”, afirmou Skaf ao defender o aumento de produção que, consequentemente, gera mais renda, empregos e tributos. “Acreditamos numa retomada consistente da economia, mas defendemos urgência nas reformas estruturais, como a tributária”, explicou.

Presidenciáveis no Congresso da Indústria

Paulo Skaf adiantou que, no Congresso da Indústria, no próximo 25 de maio, em São Paulo, pedirá aos pré-candidatos à Presidência da República que se comprometam em promover reformas já no primeiro ano de governo.

O presidente da Fiesp/Ciesp defendeu maior participação dos empresários na vida política do País. “Reclamamos da falta de ética e de seriedade, da ineficiência da gestão pública, mas não podemos aceitar. Repetindo sempre as mesmas pessoas, as mesmas ideias, não encontraremos as soluções para os problemas de sempre” ponderou.