Romi tem a maior receita em 15 anos

A Romi, tradicional fabricante de máquinas para a indústria de autopeças, fechou o segundo trimestre com receita de R$ 110,3 milhões, a maior em termos reais num trimestre desde setembro de 1989, segundo o banco de dados da consultoria Economática. O lucro, de R$ 16,5 milhões, foi 60% superior ao dos primeiros três meses do ano.

A maior parte do lucro que a empresa obteve em todo o primeiro semestre – R$ 21 milhões – foi conquistada nos últimos três meses. Com a expectativa de repetir o desempenho do segundo trimestre nos próximos dois, a Romi reflete o quadro na indústria de máquinas. De janeiro a julho, o setor obteve um faturamento nominal de R$ 24,12 bilhões, o que equivale a um crescimento de 22,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

A maior parte da demanda veio do exterior. O volume de vendas para outros países cresceu 33% no período, totalizando US$ 3,527 bilhões.

O presidente da Abimaq, Newton Mello, atribui o crescimento dos contratos para o exterior ao resultado de um esforço do setor, que começou a se concentrar nas exportações a partir da desvalorização do real, há cinco anos.

A Romi confirma o bom andamento dos negócios no exterior. Suas vendas para o mercado externo cresceram 31% nos primeiros seis meses.

A maior parte dos embarques segue para os Estados Unidos. Mas a recuperação argentina também ajudou o setor, que soma 1.400 empresas no país.

O peso da demanda doméstica foi menor. As vendas no mercado interno cresceram 13% de janeiro a julho. Mas a tendência é de o mercado se expandir mais a partir de benefícios fiscais e novas linhas de financiamento. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para máquinas e equipamentos está mais baixo. A alíquota caiu de 3,5% para 2%. Foi a segunda redução do tributo em 12 meses.

Além disso, nos próximos dias, entrará em vigor o Modermaq, um programa de renovação do parque fabril brasileiro. Com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Modermaq segue a linha do Moderfrota, programa que estimulou a venda de máquinas agrícolas.

Com taxa de juros de 14,95% ao ano, a maior vantagem do programa, segundo a direção da Abimaq, são as prestações fixas ao longo de cinco anos.

Mesmo sem os incentivos, o mercado interno dá sinais de aquecimento. O nível de utilização da capacidade instalada passou de 76,51% no passado para 80,64% no fim de julho deste ano.