Siderlagos investirá em Pernambuco

Nova fábrica do grupo mineiro está localizada a 470 quilômetros do Recife. O grupo mineiro Siderlagos, que possui com uma planta em Sete Lagoas (MG), anunciou investimentos em Pernambuco e criou uma nova empresa – a Companhia Siderurgia de Pernambuco (Cosiper) – nas instalações da antiga Fergusa desativada há 15 anos, localizada no município de São José do Belmonte a 470 quilômetros do Recife. O investimento na planta, que terá capacidade de 120 mil toneladas/anuais e entrará em operação até o início de junho próximo, é de US$ 2,5 milhões.

Inácio Renan Machado, sócio-diretor da empresa mantém reuniões com diretores da Mhag Mineração no Rio Grande do Norte, parceira do negócio, e com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes, Alexandre Valença. O grupo pleiteia ainda incentivos fiscais para o empreendimento, dentro do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe).

Clientes

O principal cliente da nova unidade será a Açonorte, empresa do grupo gaúcho Gerdau, com unidades na região metropolitana do Recife. “A Açonorte vai absorver entre 60% e 70% da nossa produção. O restante será exportado para a China, que é hoje o grande consumidor mundial do nosso setor e vai contribuir para enfrentarmos a grande volatilidade do mercado interno”, afirma Machado.

Suprimento ao Nordeste

Já o suprimento será garantido em 80% pela Mhag, que tem minas de minério de ferro em vários estados do Nordeste. A Mhag deverá ainda movimentar as ofertas da Cosiper para o mercado doméstico e o exterior, através do terminal de minérios que projetou no complexo industrial e portuário de Suape (a 40 quilômetros do Recife), com investimentos de mais de R$ 15 milhões. O terminal vai entrar em operação até outubro.

Os 20% restantes do suprimento ficarão a cargo de produtores do distrito do Carmo, em São José do Belmonte, e da própria Cosiper na região. O projeto deve gerar 210 empregos diretos e 1,1 mil indiretos nas áreas de logística, produção de carvão para energia calorífica e mineração.

Ao evidenciar a escolha pelo território de Pernambuco, Machado detalha que é necessário desconcentrar o parque siderúrgico brasileiro, hoje fortemente concentrado no Sudeste e Sul. “Há muitas oportunidades de negócio e uma demanda crescente nos Estados nordestinos e vamos aproveitar isso. Além disso, Pernambuco tem forte tradição em indústria siderurgia e metalurgia e conseguimos dois parceiros de peso para o projeto no Estado, que são a Gerdau e a Mhag”, sustenta. Pernambuco possuía um forte parque siderúrgico e metalúrgico até os anos 80 e que foi seriamente abalado pelo desmonte do sistema de subsídios para o aço, no governo Fernando Collor. “No entanto, a partir do final dos anos 90, o parque estadual do setor vem passando por um processo consistente de soerguimento, com investimentos de players de peso como a Gerdau e a norte-americana Alcoa”, diz o secretário de Desenvolvimento, Alexandre Valença. Já a unidade da Siderlagos tem capacidade de 10 mil toneladas mensais, gera 190 empregos diretos e 100 indiretos, recebeu investimentos de US$ 2 milhões e está operando há quatro anos. A fábrica, que destina sua produção em 70% para o mercado interno e 30% para a China, também é uma unidade que estava desativada e foi adquirida ao Grupo Globo. “O aporte é um pouco inferior ao que estamos realizando em Pernambuco por que a planta estava parada há menos tempo, há 10 anos. Também geramos menos empregos indiretos por que em Minas contamos com uma cadeia produtiva do setor siderúrgico mais estruturado e em São José do Belmonte teremos de consolidar a cadeia”, ressalta o executivo Inácio Renan Machado.

kicker: Empresa pleiteia junto ao governo do Estado incentivos fiscais para o empreendimento e atender demanda das indústrias no Nordeste

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