Suíça Glencore contesta nacionalização na Bolívia

Uma porta-voz da mineradora suíça Glencore disse que a nacionalização de sua unidade na Bolívia, decretada hoje, “viola” os direitos da empresa. “Vamos buscar meios de contestar a decisão, porque agimos de acordo com as leis bolivianas e internacionais”, disse uma porta-voz da empresa.

O governo da Suíça pediu que a Bolívia honre seus acordos internacionais. Segundo uma porta-voz do governo, a Suíça assinou em 1991 com a Bolívia um pacto de proteção ao investimento, pelo qual a nacionalização deve resultar em indenização ao investidor.

O presidente boliviano, Evo Morales, anunciou nesta sexta-feira a nacionalização da unidade Vinto, da Glencore. “Quero dizer que estamos recuperando as companhias do Estado”, disse Morales, segundo a agência oficial de notícias ABI. De acordo com o ministro das Minas e Metalurgia da Bolívia, Jose Guillermo Dalence, a Vinto deteria um monopólio da produção de estanho na Bolívia, acrescentou a ABI.

A Vinto era controlada pela subsidiária Sinchi Huayra, da Glencore, que também opera cinco minas nas regiões de Oruro e Potosi na Bolívia. A fundidora de Vinto trata o minério da Sinchi Huayra e das minas de terceiros. A ABI não informou se as cinco minas da Sinchi Huayra estão incluídas na nacionalização. De acordo com o site da Glencore, a Sinchi Huayra produz 241 mil toneladas de concentrado de zinco por ano, 15 mil toneladas de concentrado de chumbo e 12 mil toneladas de estanho e tem 3.427 funcionários.

Em maio de 2005, Morales nacionalizou o setor de petróleo e gás da Bolívia, prometendo assumir outras companhias privadas no setor de transporte e refinarias, além de elevar os impostos e royalties (valor pago ao detentor de uma marca) sobre a produção. Hoje, Morales criticou a ortodoxia econômica de livre mercado do “neoliberalismo” e declarou a “nacionalização de todos os recursos naturais do país” como parte de sua política “antiimperialista”, segundo a Associated Press.

Morales também disse que todas as empresas de propriedade de Sanchez de Lozada, derrubado da presidência em 2003 em meio aos violentos protestos dos quais Morales foi um dos líderes, serão nacionalizadas. As informações são da agência Dow Jones.

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