Votorantim avança em metais e aço

A estratégia de aquisições de ativos de zinco e níquel no Brasil e no Peru nos últimos anos, aliada às altas recordes nos preços dos metais no mercado internacional desde 2003, posicionou a Votorantim Metais entre as grandes mineradoras da América Latina. Neste ano, a empresa poderá alcançar receita recorde de US$ 2 bilhões (R$ 4,5 bilhões), depois de crescer 17% no ano passado, para R$ 3,52 bilhões, sobre 2004.

A bonança dos preços dos metais só não é melhor devido ao câmbio. Como zinco e níquel são cotados em dólar, a valorização do real frente à moeda americana afeta as margens de ganhos, principalmente nas exportações.

A previsão da empresa, que reúne os negócios de metais não ferrosos e ferrosos do grupo Votorantim, com exceção da CBA (alumínio), é produzir neste ano 420 mil toneladas de zinco, 30 mil de níquel e em torno de 600 mil de aços longos. Este último é aplicado principalmente no setor da construção civil.

Em zinco, a fundição peruana de Cajamarquilla, adquirida em 2004, deverá contribuir com 140 mil toneladas. João Bosco Silva, diretor superintendente da Votorantim Metais, informa que investimentos marginais vão permitir a esta unidade chegar a 160 mil toneladas em 2007.

A entrada da VM no Peru, que já soma investimentos de US$ 300 milhões em dois anos, não se resumiu a essa fundição. No ano passado, foi adquirida participação de 24,9% da Compañia Minera Milpo, uma das supridoras de minério de zinco de Cajamarquila, em seguidas operações de compra de ações na bolsa de valores de Lima.

A Milpo é a quarta maior mineradora de zinco do país, com produção de 174 mil toneladas de concentrado do metal em 2004. Atua também no Chile e na exploração e processamento de cobre, chumbo e prata. Da distribuição de sua receita naquele ano, o zinco respondeu por 46%, o cobre por 33% e chumbo por 21%.

O negócio de zinco ganhou peso dentro da VM como resultado da aquisição da Paraibuna de Metais, em 2002, e de Cajamarquilla. Segundo Bosco, a receita dessa área de negócio deve alcançar US$ 1 bilhão neste ano, metade de todo o faturamento da holding. A VM depende em quase 50% de minério peruano, cujas compras foram centralizadas em Cajamarquilla.

A empresa exporta cerca de 25% da produção de zinco metálico produzida no Brasil (280 mil). Neste ano, a cotação do metal já subiu 56%. Na quinta-feira, foi negociado a US$ 2,998 mil a tonelada.

No níquel, a companhia opera duas minas: Niquelândia (GO) e Serra da Fortaleza (MG). Da primeira, sai material para produzir 23 mil toneladas de níquel metálico na fábrica de São Paulo. Na unidade mineira, adquirida há pouco mais de dois anos da Rio Tinto, são extraídas e processadas 7 mil toneladas de níquel em “matte”, cujo refino é realizado na Finlândia.

Cerca de 60% da produção de níquel, usado principalmente na fabricação de aço inox, é exportado. O metal voltou a subir neste ano com a perspectiva de déficit na oferta: chegou a US$ 17,9 mil a tonelada, alta de 33% desde janeiro.

Para Bosco, os preços devem manter-se em alta por mais dois anos. “Quando o níquel chegou a US$ 750 a tonelada, ninguém se sentiu estimulado a investir.”

A VM já é a segunda maior investidora em pesquisa mineral no país, com mais de US$ 20 milhões, atrás apenas da Vale do Rio Doce. Parte do grupo de 35 geólogos busca jazidas no Peru e Bolívia.

O negócio de aço, operado pela Barra Mansa, segue o plano de expansão traçado para 800 mil toneladas em 2008. Prevê chegar a 650 mil em setembro de 2007. “Somos uma empresa brasileira crescendo no ritmo da China”, afirma Bosco.

Ivo Ribeiro

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