Aquisição no Peru faz Votorantim quase dobrar produção de zinco

A aquisição da refinaria de zinco de Cajamarquilla, no Peru, anunciada na semana passada pela Votorantim Metais, vai ampliar a capacidade de produção de zinco metálico da empresa das atuais 275 mil toneladas para 400 mil toneladas anuais.

Com a capacidade de produção ampliada, a Votorantim Metais passa a ser uma empresa de escala global, afirmou o diretor superintendente da companhia João Bosco Silva, a jornalistas, nesta segunda-feira.

A empresa sairá da décima para a quinta posição no mercado mundial de zinco, atrás da Korean Zinc (900 mil toneladas por ano), da Zinifex (670 mil toneladas/ano), da Xstrata (600 mil toneladas/ano) e da Unicor (572 mil toneladas/ano).

A nova refinaria, comprada por 210 milhões de dólares, ‘representa um diferencial logístico para acesso ao continente asiático, fortalecendo a posição da Votorantim Metais no mercado mundial’, afirmou Silva.

A aquisição da unidade peruana dará acesso direto à matéria-prima para as refinarias de zinco da Votorantim. A empresa brasileira importa 43 por cento de seu consumo anual de concentrado de zinco do Peru. Após a compra da refinaria peruana a base de aquisição de concentrado de minério, tanto para o Brasil como para o Peru, vai se estabelecer naquele país.

‘Nos contratos de Cajamarquilla que possam ser mais benéficos que os brasileiros, vamos usar a base peruana’, disse Silva. Esse é o caso do concentrado de minério.

A Votorantim terá custo de produção de zinco 15 por cento menor no Peru do que no Brasil, além de poder utilizar energia mais barata. ‘Lá pagamos 38 dólares por megawatt/hora enquanto no Brasil esse preço é de cerca de 40 dólares’, afirmou o executivo.

A unidade de zinco passará a responder por 42 por cento da receita da Votorantim Metais, que será de 1,17 bilhão de dólares em 2004. Deste total, 476 bilhões dólares serão apurados pela unidade de zinco. As outras duas unidades da Votorantim Metais são a de níquel, com 35 por cento do faturamento, e a de aço, com 23 por cento.

Construída pelo governo peruano em 1981 ao custo de 309 milhões de dólares, a refinaria foi comprada em 1995 por um consórcio formado pela canadense Teck Cominco, que tinha 85 por cento, e pela japonesa Marubeni, que detinha 14 por cento do ativo.

O Peru é atualmente o principal mercado de Cajamarquilla, respondendo por 36 por cento do consumo do zinco produzido. A América Latina vem em seguida, com 25 por cento. O Japão, a Ásia e a África consomem 29 por cento do zinco produzido pela refinaria. A expectativa de crescimento do consumo do metal na América Latina é de quatro por cento nos próximos cinco anos.

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