Usiminas assume 100% da Cosipa

Usiminas assume 100% da CosipaA Usiminas vai desembolsar mais de R$ 300 milhões para fechar o capital da controlada Cia. Siderúrgica Paulista (Cosipa), que tem fábrica em Cubatão, na Baixada Santista. A siderúrgica mineira comunicou ontem a decisão de fazer oferta pública para comprar as ações dos minoritários, pagando R$ 1,20 por papel. O valor, pago à vista, será atualizado pela TR (taxa referencial) mais juros de 6% ao ano a partir da data de ontem. A expectativa é concluir a operação em janeiro de 2005.

O presidente da siderúrgica mineira, Rinaldo Campos Soares, não encontrou espaço na agenda para se pronunciar sobre a operação e seus possíveis desdobramentos para o grupo. O executivo passou todo o dia em reuniões na sede da Cosipa, em São Paulo, e retornou à sede da Usiminas, em Belo Horizonte, no fim da tarde. Mas não quis atender os pedidos de entrevista para comentar a operação, que era esperada pelo mercado há bastante tempo.

‘É uma boa oferta’, comentou ontem a analista de mercado Catarina Pedrosa, do Banif Investiment Bank. ‘Meu preço justo para a Cosipa era R$ 1,05.’ A analista recebeu com naturalidade a notícia do fechamento de capital e observou que não fazia sentido manter em bolsa uma fatia tão pequena do capital. ‘Já devia ter feito isso (a oferta) antes’, opinou.

Estão no mercado ações correspondentes a 6,3% do capital total da Cosipa, que somam 250,5 milhões. Desse montante, 52,34 milhões são ordinárias, equivalentes a 3,9% do capital votante, e 198,17 milhões de preferenciais, correspondente a 7,4% do capital preferencial. Das preferenciais, mais de 73 milhões pertencem ao Tesouro Nacional, que ficou com esses papéis desde a privatização em 2003. Agora, o governo federal vai receber cerca de R$ 90 milhões pela sua fatia.

De acordo com a nota da Usiminas, o valor de R$ 1,20 oferecido por ação é bem maior que a média de preço verificada entre 1º de novembro de 2003 e 31 de outubro de 2004. Em 73,9%, no caso das ordinárias. Nas preferenciais, 51,9%.

Representante de um grupo de acionistas minoritários, o mineiro Henrique Nunes acusou, em várias oportunidades, a Usiminas de prejudicar os minoritários da Cosipa. Ontem, no entanto, preferiu não comentar a oferta pública e não se pronunciar sobre o assunto.

Em boletim distribuído aos clientes, a BES Securities, do Banco Espírito Santo, comunicou, com base em contato com a siderúrgica mineira, que não existe no momento estudo concreto de fusão entre Usiminas e Cosipa, ainda que essa seja uma possibilidade no futuro. A fonte da informação, diz o boletim, é a própria siderúrgica. Os analistas da BES também viram com naturalidade a oferta pública e lembraram que a Usiminas, agora, tem dinheiro em caixa.

O sistema Usiminas, que reúne Usiminas e Cosipa, fechou o primeiro semestre com lucro líquido acumulado de R$ 887 milhões. A contribuição da Cosipa no resultado foi de R$ 194,6 milhões. A Usiminas vinha priorizando a redução do endividamento.

Com o anúncio da intenção de fechamento de capital, as ações da Cosipa disparam ontem na Bovespa. As preferenciais fecharam a R$ 1,14, com alta de 4,59%. As ordinárias também fecharam em R$ 1,14, aumento de 10,58%.

A Usiminas assumiu o controle da Cosipa em outubro de 2001, com aquisição de ações e conversão de debêntures em ações. A siderúrgica detém 92,89% do capital total da companhia paulista, que fabrica ações planos laminados e semi-acabados (placas) para exportação. A empresa tem um projeto de investimento de US$ 70 milhões para nova linha de lingotamento contínuo de placas.

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