Indústria diminui ritmo, mas atividade crescerá 10% no ano

A indústria paulista confirmou a retomada de crescimento do nível de atividade em agosto, pelo segundo mês seguido, após a ligeira queda de rendimento ocorrida no segundo trimestre com o fim dos incentivos tributários. Porém, a uma taxa mais modesta: o indicador divulgado nesta quarta-feira (29) pela Fiesp e o Ciesp computou alta de 0,4% com ajuste sazonal.

Sem ajuste, o acréscimo em relação a julho atingiu 2,8%. O período de janeiro a agosto acumula alta de 12,3% sobre o mesmo período do ano passado, mas ainda haverá perdas em razão da base de comparação mais elevada no último trimestre de 2009.

“Chegamos a um patamar que já se compara com o final do ano passado, o que indica certa acomodação. Não teremos mais esse espasmo de taxas elevadas de crescimento, como no primeiro trimestre”, avaliou Paulo Francini, diretor-titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp.

Mantida a taxa média de 0,7% pelos próximos quatro meses, o índice deverá encerrar o ano com crescimento próximo de 10%, calcula o diretor.

Variações

Entre as variáveis que compõem o índice, destaque para horas trabalhadas na produção (+0,7%) e total de salários reais (+1,0%). O total de vendas reais, no entanto, com modesto acréscimo de 0,1% na passagem mensal, puxou o INA para baixo. Já o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) avançou de 83,2 para 83,8 no período e, na avaliação de Francini, segue em patamar confortável.

Setores

No levantamento de agosto, 11 das 17 atividades industriais tiveram desempenho positivo, uma ficou estável e cinco caíram em relação ao mês anterior. Destacam-se três: alimentos e bebidas (+2,1%), com ajuste; minerais não-metálicos, que espelha o comportamento da construção civil (+2,3%) e máquinas e equipamentos (+1,6%).

Expectativa

A pesquisa Sensor, que aponta a perspectiva dos empresários em relação ao cenário econômico do mês corrente, mostra que a atividade paulista continua em processo de crescimento, porém com menor ímpeto.

O Sensor geral passou de 53,5 para 52,8 pontos entre agosto e setembro. O item mercado ficou estável com 55,9 pontos, e o emprego, apesar da tendência de crescimento arrefecida, deve seguir em bom nível. As vendas voltaram ao patamar neutro (50,9), após atingirem 54,1 pontos em agosto.

O item investimentos bateu recorde na série do Sensor, com 60 pontos, dando indícios de que o reequipamento da indústria continuará forte. Já os estoques, que seguem altos (43,4 pontos), principalmente em produtos duráveis e bens de capital, foram responsáveis pela queda no Sensor.

Segundo Paulo Francini, há duas hipóteses ligadas ao câmbio sobrevalorizado que podem explicar a demora no ajuste dos estoques, que chamou de “hematoma resistente”, mas com perspectiva de absorção até o fim do ano.

“Há duas hipóteses razoáveis para essa demora no ajuste. Uma delas é a frustração maior quanto à produção destinada à exportação, que pode significar uma dificuldade maior em vender para o exterior. A segunda é a ‘busca ao tesouro’, ou seja, uma corrida para despachar produção onde existe demanda. O fluxo de importações interfere na projeção de vendas da produção doméstica, e a consequência direta é o estoque”, analisou Francini.

Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)
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Assessoria de Comunicação Corporativa

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